FACEBOOK para crianças: Como tornar a navegação segura
Na era digital é impossível ignorar as redes sociais. Nos últimos anos tivemos um enorme crescimento de usuários apenas no Brasil, chegando a 92 milhões de brasileiros com perfis no Facebook, correspondente a um pouco mais da metade da população no país. Deste número, estima-se que mais de 30% seja de usuários menores de 18 anos. Não é fácil conter o uso de Facebook para crianças quando o assunto é extremamente comentado na televisão entre os amigos. O que fazer?
Os riscos de Facebook para crianças
Muitos pais e psicólogos infantis concordam em um ponto importante: o uso de redes sociais não supervisionado por crianças pode gerar problemas tanto na formação quanto na segurança da criança. A gama de informações da rede social é enorme, e por mais filtros disponíveis e censura do próprio site a informações impróprias e fotos pornográficas, eventualmente surgem figuras de violência, maus tratos e sexuais, assuntos os quais os menores de 15 anos devem estar preparados para receber da forma correta.
Crianças não são consideradas aptas ainda para separar o que seria certo do errado. Até os 10 anos estão na fase de aprendizado e informações erradas não filtradas pelos pais ou responsáveis podem confundir os valores morais do pequeno.
Imagine pais que não gostam de animais domésticos e sempre falam mal de gatos e cachorros. Agora imagine uma criança acessando um vídeo compartilhado de outras crianças arrancando patas de gatos ou usando fogos de artifício para assustar cachorros. Em sua consciência ainda primária, o menor pode entender que animais não são bons e maus tratos com pets é totalmente lógico, quando os pais também não suportam animais. E eventualmente um vídeo como esse deve cruzar o perfil de uma criança.
São milhares de usuários todos os dias enviando mais informações por segundo e necessário apenas milésimos de segundos para a criança clicar e adicionar alguém, visualizar algo impróprio e apreender a informação. O risco de conceitos errados atrapalharem a educação infantil é enorme, por isso não é indicado o uso de redes sociais antes da criança ter maturidade suficiente para entender os conceitos e filtrar informações boas de ruins.
Segurança é também um dos pontos mais importantes. O navegador compartilha automaticamente a localização do usuário a terceiros e uma criança sem qualquer noção do perigo pode informar a saída dos pais, horários da casa e bens materiais presentes. As informações precisas compartilhadas podem acabar em desastre. Já houveram casos de sequestros por buscas em perfis em redes sociais quando adolescentes relataram a vida toda em perfis de modo público.
E quanto ao bullying? Nunca ficou tão fácil ofender alguém como depois do surgimento de redes sociais. Crianças sofrem muito mais com comentários maldosos e não sabem filtrar uma crítica ou transformar em algo positivo. Podem sofrer muito com frases sobre suas fotos ou xingamentos em níveis mundiais, uma vez que basta um clique para a sua foto rodar o mundo. Vale relembrar o caso da autópsia do cantor Cristiano Araujo. Uma das funcionárias da funerária gravou o vídeo e mandou para uma pessoa e o Brasil inteiro recebeu o vídeo no celular.
Os golpistas também estão atento aos usuários jovens e desinformados, bem como spans vendendo produtos. É importante não deixar dados bancários salvos e os cartões de crédito em local seguro. Não é maldade, a criança apenas não sabe o que seria certo ou errado e o que é uma boa ou má compra.
Os riscos de conversas com pessoas mais velhas
Ignorar esse problema no Facebook é como torcer para o mundo se tornar bom e todas as pessoas terem coração puro. Infelizmente não tem como. Todos os dias criam-se perfis novos e os dados não são confirmados, ou seja, homens e mulheres podem entrar na rede social e precisam apenas de um email e telefone celular, podendo ser tudo falso. As redes sociais, infelizmente, são a forma mais simples de uma pessoa transtornada se esconder e entrar em contato com crianças de todas as idades, basta postar uma foto infantil também e pedir para adicionar nas redes sociais.
O contato entre crianças e pessoas má intencionadas no Facebook vai um pouco mais além de uma conversa com web cam, um dos maiores riscos, mas em fotos também. Postar fotos de alta qualidade nas redes é uma das maneiras de evitar a outros usuários salvar e manipular a imagem. Quanto menos fotos de corpo todo e sempre com pessoas ao lado, melhor.
Não existe uma forma melhor de lidar com o assunto porque no momento que um menor de idade entra no Face, já está exposto ao risco de cruzar com um adulto perturbado. A melhor forma de combater o problema, segundo especialistas, é um acesso supervisionado e sempre compartilhando a senha com os pais. A webcam também deve ser desativada do computador porque mesmo o pequeno não sabendo usar, outras pessoas podem ensiná-lo facilmente passo a passo.
Há coisa boa no Facebook para crianças?
Sim. Como tudo na vida, há seu lado bom e ruim. Há jogos divertidos e até com poder de ajudar em raciocínio e aprendizado, sites para ler com informações legais para trabalhos escolares, além de ser uma forma de contato entre amigos e parentes. A supervisão dos pais é extremamente importante para garantir o uso seguro da rede social, bem como transmitir conceitos importantes de privacidade e segurança.
Os principais cuidados a se ter com Facebook para crianças são:
- compartilhe a senha. A criança deve ter uma senha para acessar mas os pais também devem ter para monitoramento constante
- computador em local visível sempre onde os pais possam vigiar o conteúdo acessado
- analise o histórico de acessos
- imponha limites de horário, jamais de madrugada quando os pais estão dormindo ou fora de casa
- tempo de acesso é importante também. É cada vez mais comum crianças e adolescentes viciados em Internet e com mau desempenho em suas atividades escolares ou com distúrbios de sono, reclusão social e sem muitos amigos na vida real.