Guia Completo da Amamentação do Bebê – Tudo o que Você Precisa Saber!
A gravidez é um período importante da vida da mulher, mas o pós parto e a amamentação do bebê também são de muita importância, afinal esse é o período em que o bebê deve ser alimentado exclusivamente de leite materno, e por mais natural que pareça ser a amamentação, ainda existem muitas dúvidas sobre o assunto.
Se você já está se preparando para o período de pós nascimento da criança, buscando informações de como tudo acontece, ou se já está na fase de amamentação e bateu aquela dúvida, é hora de ler tudo sobre essa fase e acabar com qualquer dúvida que possa surgir nesse período.
Tópicos
Sobre a Amamentação
Quais seus Principais Benefícios?
A amamentação pode ser um período mais difícil para algumas mulheres, no início pode sim trazer dores, mas isso tudo passa e a boa notícia é que essa fase está ligada a muitos benefícios para a mãe e para o bebê.
Benefícios do aleitamento materno | |
Para a mãe | Para o bebê |
Emagrecimento – para as mães que já querem lutar contra a balança, a amamentação é uma bela aliada, pois através do aleitamento a mulher pode queimar até 800 calorias por dia. No entanto, é preciso ter uma alimentação saudável e balanceada durante o período. | Alimento rico e completo – o leite materno é um alimento super completo e atende a todas as necessidades alimentares do bebê até os 6 meses de vida. |
Diminui risco de diabetes – estudos apontam que as mulheres que amametam diminuem em 15% as chances de desenvolver diabetes tipo 2. | Fortalece o sistema imunológico – o aleitamento ajuda a prevenir alergias, intolerências e fortalece a formação do sistema imunológico do bebê. |
Descolamento da placenta – o fato de amamentar ajuda no descolamento da placenta, e isso ajuda o útero voltar ao seu tamanho normal. O descolamento da placenta também ajuda a diminuir cólicas e sangramentos após o parto, o que pode evitar a anemia nas mamães. | Presença de PSTI – o leite materno tem a presença da molécula PSTI, que ajuda a proteger e reparar o intestino. |
Fácil e barato – a fase de aleitamento é mais fácil por não exigir que a mãe tenha que preparar o alimento do bebê ou até mesmo tenha que esterilizar mamadeiras; ou seja, está sempre pronto, na temperatura ideal e não tem custos. | Sucção – o ato do bebê succionar o seio para a saída do leite materno auxilia no desenvolvimento da arcada dentária da criança. |
Sensação de bem-estar – o período de mamada do bebê libera hormônios na mãe que estão relacionados ao bem-estar, e isso traz sensação de felicidade à mãe. | Anticorpos para o bebê – o aleitamento é completo e ajuda até mesmo na prevenção de doenças do bebê, já que os anticorpos são passados do leite da mãe para a criança, ou seja, diminui a chance do bebê ficar doente. |
Vínculo – o benefício é algo comum para a mãe e o bebê. O fato de ser um momento único entre os dois aumenta o vínculo e afeto de mãe e filho, e isso traz sensação de alegria para a mãe e de segurança para o bebê. |
Devo Seguir Alguma Dieta?
Esqueça qualquer dieta maluca, e técnicas de emagrecimento rápido. É comum que muitas mulheres estejam preocupadas com seu peso após o nascimento da criança, mas esse é um período muito importante para você e o bebê.
No período de amamentação pode haver dieta sim, desde que seja orientada por um médico ou profissional da área, como nutricionista ou nutróloga. Até mesmo para quem teve acompanhamento durante a gravidez e seguiu uma dieta para gestante, é possível que essa dieta passe por alterações para ser funcional para o novo período.
Durante a amamentação, a alimentação deve ser especial, e baseada em uma alimentação saudável e variada, de modo a abranger o máximo de vitaminas e nutrientes para você e para a criança.
Outra dica essencial, é que a mulher alimente-se frequentemente e beba muita água, pois a produção de leite está relacionada com o consumo de água, e isso você irá notar com a sede que sentirá constantemente durante o período de amamentação.
Há restrições alimentares? Devo deixar de comer algo?
Para as mães que estão passando pelo período de cólicas do bebê, com certeza já ouviram dicas de “deixe de comer isso ou aquilo, pois é isso que causa cólicas no bebê”.
Essa relação da alimentação da mãe com as cólicas no bebê ainda é um assunto bastante discutido, e muitas pesquisas preferem não relacionar as situações. No entanto, se o seu médico orientar o não consumo de algum alimento, é melhor seguir as orientações.
Outra dúvida comum é sobre possíveis alergias que a criança possa vir a ter relacionada com um alimento que a mãe tenha comido (comum acontecer com frutos do mar, carne de porco, oleaginosas), e neste caso nada melhor que a orientação médica para diagnosticar o fato.
No caso de restringir algo, as maiores indicações estão na restrição a bebidas alcoólicas, pois pode o álcool pode ser absorvido pela criança através do leite materno. Os alimentos com alto teor de cafeína (café, refrigerantes de cola) também não são recomendados em excesso, pois podem alterar o sono da criança.
É Possível Engravidar Durante a Fase de Lactação?
Apesar da prolactina, hormônio responsável pela produção de leite materno, deixar a mulher menos fértil, há a possibilidade sim de engravidar durante o período de lactação.
Caso a família não esteja com planos de um novo bebê, é aconselhado que a mulher use de algum método contraceptivo para evitar uma nova gestação.
O uso de métodos contraceptivos não naturais (ex: tabelinha) durante a amamentação deve ser iniciado apenas de 30 a 40 dias após o parto e com orientação médica.
Durante a lactação, as pílulas anticoncepcionais não devem conter estrógeno, hormônio que pode causar desequilíbrio hormonal no bebê. Os métodos mais indicados nessa fase são pílulas de progesterona, anticoncepcionais injetáveis, subcutâneos ou DIU (que só devem ser colocados 60 dias após o parto).
Por Quanto Tempo Devo Amamentar o Bebê?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que o aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses de vida da criança, pois traz muitos benefícios ao seu desenvolvimento.
No entanto, esse é o período mínimo recomendado, e o Ministério da Saúde indica que a amamentação possa se estender até os 2 anos de idade, mas nesse caso já com a complementação alimentar, e assim o leite da mãe passa a ser apenas um complemento, que deve ser dado por menos vezes ao longo do dia.
Dicas de Técnicas e Posições
Muitas mães sofrem com o período do aleitamento, pois o bebê “não pega direito” o seio e isso pode causar desconforto para a mãe e até a perda de peso da criança, por isso, existem algumas dicas de posições e técnicas que ajudam o momento da amamentação.
- Mãe sentada e frente a frente: nesta técnica a mãe se senta confortavelmente em uma cadeira, poltrona ou sofá, e coloca o bebê deitado em seus braços de frente para a mãe, de modo que fique barriga com barriga juntinhas. O ideal é que o bebê e a mãe estejam bem coladinhos, e que a mãe oriente a cabecinha do bebê em direção a sua mama, de modo a colocar não só o bico na boca do bebê, mas também parte da aréola, o que ajuda na hora da sucção da criança.
- Sentada inversa: nessa posição a mãe deve segurar o corpinho do bebê como se fosse uma bola de futebol americano, onde o corpinho deve ficar embaixo da axila da mãe e a barriguinha apoiada sobre as costelas. Para segurar o bebê, a mãe deve apoiar o corpo da criança com o braço e a mão ficar na cabecinha, de modo a direcionar a criança para a mama.
- Deitada: algumas mães, inclusive as que passaram por cesariana, optam por amamentar o bebê deitadas. Nessa técnica, a mãe permanece deitada e coloca o bebê também deitado de frente para si, ficando barriga com barriga. Assim, a mãe só apoia a criança e direciona a cabecinha em direção a mama.
Apesar dessas serem as técnicas mais conhecidas e usadas pelas mães, a dica é seguir aquilo que deixa mãe e criança confortáveis.
Outra dica muito importante, está ainda no período da mãe no hospital, onde é comum que profissionais da saúde, como enfermeiras, ajudem nas primeiras mamadas, orientando a mãe qual a melhor forma para evitar dores e garantir uma mamada eficaz para a criança. Então, se no seu período pós parto houver orientações, é melhor ficar atenta, pois as dicas podem valer ouro.
Sobre a Produção Reduzida de Leite: Causas e Soluções
Algumas mulheres passam pelo período baby blue após o nascimento da criança (caracteriza-se por uma fase de tristeza), e nessa fase é comum a indagação sobre vários fatores, inclusive sobre a quantidade necessária de leite que está produzindo.
Muitas vezes é apenas uma indagação, mas em alguns casos a mulher pode sim ter uma redução na produção de leite materno, e isso pode estar relacionado a várias causas:
- Redução da mamada: quando o bebê passa a mamar menos*, o corpo entende que precisa produzir menos leite. As mamadas da criança podem estar menores por conta dos mamilos machucados e doloridos; bebê com sono; uso excessivo de chupeta; entre outros.
- Problemas físicos: a diminuição do leite também pode estar relacionada a algo físico, como uma disfunção de hormônios, danos aos ductos de produtores de leite (muitas vezes o dano é causado pela cirurgia de redução da mam).
*A mamada em tempo menor não significa que o bebê mamou menos, alguns bebês têm maior poder de sucção, e isso faz com que mamam a quantidade necessária em menos tempo. Para saber se está o bebê está mamando a quantidade suficiente, é só ficar em alerta ao ganho ou redução de peso.
Para driblar esse problema da diminuição de leite, há algumas dicas que podem ajudar a voltar a produção ao normal:
- Adote a livre demanda: caso você tenha disponibilidade, deixe que o bebê mame de acordo com sua vontade própria (livre demanda), assim o corpo é sempre estimulado. Ah, e ofereça sempre as duas mamas, fazendo um “rodízio” nas mamadas.
- Cuide do seio: o mamilo machucado e dolorido pode fazer com que a mãe evite as mamadas por conta da dor, por isso, é preciso sempre cuidar dos seios para que não fiquem machucados de modo que a mãe não evite as mamadas.
- Use fórmulas apenas com orientação médica: enriquecer a alimentação da criança com mamadeiras de fórmulas, pode fazer com que o bebê diminua as mamadas no peito por se sentir satisfeito. Nesse caso, o ideal é que as fórmulas e complementos sejam utilizados apenas sob orientação médica e na quantidade recomendada.
- Evite o uso excessivo de chupeta: a sucção por tempo excessivo de chupeta pode dificultar que a criança pegue o seio no ato da amamentação, por isso, é ideal ter uso moderado da chupeta e sempre retirá-la um tempo antes da mamada.
- Hidrate-se: a produção de leite está muito ligada ao consumo de água pela mulher, por isso, é essencial que você beba muita água ao longo de todo o dia. E na hora das mamadas, deixe sempre um copo ou garrafinha de água por perto.
- Retire o leite: estimular o seio a produzir mais leite é uma das soluções para combater a produção reduzida, por isso, se o bebê já mamou e seu seio continuou com leite, faça a retirada para congelar para o bebê ou para doação em banco de leite, assim seu seio vai começar a produzir mais leite.
- Medicamentos: em alguns casos é possível que o médico indique o uso de um medicamento que ajude na produção de leite, e apesar de ser uma boa solução, só faça isso sob orientação médica, pois podem existir efeitos colaterais.
Para diagnosticar o por que da redução de leite materno, o ideal é procurar por um médico, que irá orientá-la da causa específica e a solução adequada para cada caso.
Como Conciliar Trabalho e Amamentação? O que Diz a Lei?
Por lei a mulher tem a garantia de licença maternidade, que pode durar de 120 a 180 dias, e esse período é destinado para que a mãe fique em casa com a criança suprindo suas demandas, como a amamentação.
No entanto, se o período de afastamento é de apenas 120 dias (aproximadamente 4 meses), esse não é o tempo recomendado para a amamentação mínima, e nesses casos a mulher pode se programar para a retirada de leite para que a criança seja amamentada por meio de mamadeira, mas com leite materno.
Outra dica e direito das lactantes é que elas têm direito a 2 intervalos de 30 minutos cada, todos os dias de trabalho até que a criança complete 6 meses. Assim, a mãe pode se ausentar para amamentar a criança, no caso de estar próxima de casa ou da creche.
Cuidados e Preparação dos Seios para Amamentar
Antes do Parto
O período de gestação é também o período de preparação dos seios para a fase posterior, que é a amamentação.
Durante este período é recomendado que a mulher tome 15 minutos de sol diário nas mamas, evitando o período entre 10 e 16h.
Além do sol, outra dica que ajuda a diminuir a sensibilidade do mamilo para a amamentação, é passar uma bucha macia sobre o mamilo durante e dar uma leve massageada.
Após o Parto
Após o nascimento da criança esqueça dicas de higienização com álcool, afinal a melhor maneira de higienizar e cuidar dos seios durante essa fase é com o próprio leite.
Para as mamas serem hidratadas e higienizadas, lave as mãos e retire um pouquinho de leite antes de amamentar, passando sempre em volta do bico e nas aréolas, isso ajuda a hidratar e também limpa a mama.
As pomadas de hidratação só devem ser usadas sob orientação médica.
Amamentação e Atividades Físicas
As mulheres que já praticavam atividades físicas antes da gravidez e que continuaram com os exercícios durante a gestação, ficam com dúvidas sobre a prática das atividades no período de lactação, e se você faz parte desse time de mulheres que têm dúvidas, vamos às respostas.
Exercícios são Prejudiciais para a Lactação?
Não, os exercícios podem ser grandes aliados do período de amamentação. A prática de atividades físicas não diminui o leite, e isso é apenas um mito.
Na verdade, se a atividade acontecer de modo regular e sob orientação, pode ser favorável para a mulher, que fica mais estimulada e tem melhorias cardiovasculares e sensação de bem-estar.
A Partir de Quando Posso Praticar Exercícios?
Não há uma regra de tempo exato, e antes de voltar a fazer atividades físicas é preciso ter aval médico com a liberação das atividades.
No geral, a volta para a prática de exercícios não está tão relacionada a amamentação, mas sim ao tipo de parto, sendo que em partos normais, o período de descanso é de 30 dias sem atividades físicas, e nas cesárias o período é de 60 dias.
Quais os Cuidados Necessários?
Cada mulher conhece o seu próprio corpo, e por isso o cuidado primordial é ficar em alerta aos sinais que seu corpo tem dado.
Durante o período de amamentação, evite as atividades de nível intenso e que exijam muito do corpo. Outra dica, é manter uma dieta equilibrada, que atenda às necessidades do organismo para a fase de lactação e para as atividades físicas, além do consumo de muita água.
Quanto Tempo Esperar para Amamentar?
A atividade física pode diminuir por um tempinho os índices de imunoglobulina A (IgA), anticorpo responsável pelo combate de vírus e bactérias.
A redução de IgA é temporária, por isso, a dica é se programar para amamentar o bebê 30 minutos antes do treino e esperar mais 30 minutos após a atividade física, tempo que leva para o anticorpo voltar ao seu índice normal.
Qual o Limite de Atividades Físicas por Semana?
O limite de atividade física durante a amamentação não está só relacionada ao tempo total, mas também à intensidade dos exercícios.
No geral, a indicação é que as atividades fiquem no nível de moderada (para mulheres mais adeptas da rotina de exercícios) a leve, e que sejam praticadas até 5 dias por semana, num período de 15 minutos diários.
Devo Tomar Mais Água?
Sim!
Durante o treino a mulher tende a suar mais, e isso resulta na perda de água.
Para não afetar na produção de leite e na desidratação da lactante, é indicado que nos dias de treino a mulher consuma 20% a mais de água do que tem ingerido na fase de amamentação.
Posso Continuar Tomando Suplementos?
Alguns suplementos podem sim fazer parte do período de amamentação para as mulheres que se exercitam, mas cuidado com adoçantes usados e a composição de cada suplemento.
Para não trazer danos a sua saúde e a do bebê, os suplementos só devem ser utilizados com orientação médica.
Agora que você já sabe tudo sobre essa fase da vida da mãe e do bebê, é hora de curtir o momento da mamada do bebê, afinal esse é um momento único entre mãe e filho.